domingo, 30 de outubro de 2011

Como começar?

No último texto abordei algumas questões práticas sobre a actuação na sociedade, mais especificamente da importância da fase de aprendizagem e de pesquisa que pode permitir uma verdadeira actuação prática na sociedade. Hoje falarei sobre formas concretas de levar avante essa aprendizagem.

A principal dificuldade surge no início. Entrar num tema novo implica algumas dificuldades, entre as quais, o desconhecimento inicial, que dificulta a apreensão de certos pontos essenciais para a compreensão dos textos. Certos conceitos são também dificeis de conhecer numa fase inicial. Além disso, antes de entender os temas é difícil deles obter prazer, o prazer e o gosto de aprender.

Penso que há que começar por textos pequenos. Artigos de jornal, leitura de blogues de referência, etc... Textos pequenos facilitam a captação dos temas e ajudam a que não se caia no desânimo. Os conceitos desconhecidos são facilmente procurados e encontrados na internet. Nesta primeira fase fontes como a wikipédia são aceitáveis e importantes.

Numa fase seguinte, a leitura de livros ou capítulos de livros com explicações simples sobre os assuntos ajuda a aprofundar os temas. O passo seguinte consiste na leitura de manuais introdutórios sobre os temas.

Trata-se, até aqui, de uma espécie de curso de estudos gerais. A partir desta fase surge a necessidade de escolher alguns temas mais específicos e continuar a trabalhar mais vincadamente nesses temas.

Para facilitar a primeira fase comecei a colocar diversas ligações na barra lateral deste blogue. Até agora estas ligações estão centradas nos dois temas essenciais onde me tenho debruçado: economia política e teologia. O trabalho que pode ser levado a cabo dentro de um grupo permite um crescimento exponencial de conhecimentos e assim, de partilha desses mesmos conhecimentos. Assim, a ideia será de que os restantes membros deste blogue vão colocando ligações para outros artigos. Talvez uma lista para artigos mais complexos de revistas científicas, ligações para blogues que deviam ser de acompanhamento obrigatório. A partilha de informações e o debate são a grande vantagem de se fazer o trabalho em grupo.

De seguida, a leitura de livros deve ser feita também num espírito de partilha. Em grupo seria possível criar um sistema de partilha de livros. Em grupo, a existência de pessoas com conhecimentos complementares permite também que o debate e a partilha possam trazer livros relevantes acompanhados de uma explicação de um dos membros do grupo especialista na matéria.

Com isto nestes termos, o que me dizem? Vamos a isto?

sábado, 29 de outubro de 2011

E a montanha pariu...

...um segredozinho...

Vá, não digo que para a grande maioria das pessoas o que Anselmo Borges escreve aqui não seja um segredo. É-o de certeza. Mas os reparos feitos à obra de JRS põem as coisas no lugar, inclusivé o próprio JRS que andava já demasiado armado em "carapau de corrida".

Bem, mais um artigo de Anselmo Borges que vai aqui para a barra lateral...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Um Plano Estratégico de Actuação

Duas premissas: concordamos todos que as coisas estão más. Analisamos a sociedade à primeira vista e concordamos com a existência de uma série de problemas, por exemplo, egoísmo ou individualismo, ou mais concretamente, comportamentos de risco como o consumo de drogas, ou a um nível mais geral, a crise económica, a pobreza ou as desigualdades. Em segundo lugar, e em resultado do meu texto anterior, concordamos que é nossa missão actuar sobre a realidade que observamos.

Interessa agora compreender e definir formas de actuar. Antes disso, importa lembrar que a regra geral da sociedade é contrária à ideia de actuação já que a actuação é, por definição, pôr em causa o status quo, o estado das coisas. É-o por motivos políticos e ideológicos. Na sociedade não existem acasos mas sim dinâmicas, instituições e estruturas.

Foi talvez essa a principal descoberta que fiz ao longo dos anos que passei a estudar Economia. Os problemas que vemos na sociedade são resultado de muitos anos de doutrinação. Os modelos económicos que regem a nossa política partem do princípio de que todos são egoístas; A felicidade do indivíduo está no consumo; As empresas devem procurar apenas o lucro; etc…

A nossa sociedade é resultado de escolhas políticas que, na sua maioria, surgiram de uma teoria e filosofia política nascida no séc. XVIII chamada liberalismo e que é a base de grande parte das teorias que fundamentam tudo o que nos rodeia, seja em termos económicos, jurídicos, políticos, etc… ou seja, tudo o que tem a ver connosco e com a sociedade que nos envolve. Mas não está tudo baseado no liberalismo. Em Portugal tivemos uma ditadura conservadora que durou quase meio século e à qual devemos grande parte das inércias e costumes da sociedade portuguesa. E além disso ainda temos de ter em consideração outras teorias que condicionaram opções políticas e o conjunto da sociedade ao longo dos últimos séculos, por exemplo, o socialismo.

A primeira regra da actuação é então a de conhecer o que está por detrás da sociedade onde vivemos. Como se desenvolveu, quais os passos que deu até se tornar aquilo que é hoje. Quais as suas bases e os seus fundamentos, porque acontecem as coisas de uma maneira e não de outra. Isto exige conhecer história mas não só, também importa conhecer teoria e sociologia política, alguma filosofia e alguma economia. As coisas que descobrimos com esse estudo colocam-nos a um nível privilegiado de conhecimento da sociedade. Desta investigação vão surgindo novas prioridades como a teologia (será importante saber de teologia para se compreender a sociedade?), talvez até a física mas com certeza, saber de filosofia das ciências e alguma biologia também não faz mal nenhum. Estar actualizado em relação a assuntos internacionais é também importante mas funciona melhor se já tivermos um conhecimento sério sobre história.

Por isso aqui fica o primeiro ponto do meu Plano Estratégico de Actuação: conhecer os fundamentos. O próximo será mais prático porque teoria sem prática é maneta. Mas prática sem teoria é apenas uma mão…

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Praxis



"Todos os anos, os estudantes sujeitam-se a rituais de iniciação ao ingressarem nas universidades. As praxes, assentes em tradições e obedecendo a uma hierarquia estruturada, ganharam uma nova vitalidade na última década. Reúnem cada vez mais adeptos, que exultam com linguagem sexual explícita, jogos de poder e diversas formas de humilhação."

Um filme de Bruno Cabral que estreia esta sexta-feira no DocLisboa 2011.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Do porquê de certas coisas...

Somos animais fantásticos. Sabemos e conseguimos habilmente distinguir o bem do mal, o certo do errado. Conseguimos ter opiniões mais ou menos formadas. Apenas nos falta, por vezes, saber fazer as ligações entre as coisas.

Passamos por tempos onde tudo é líquido, onde tudo se dissolve no ar, onde tudo o que dantes era sólido, insolúvel, dado como certo, passou a estar em causa, a ser temorizável, a depender de gostos. Mudam-se os tempos e nós adaptamo-nos, sem razão ou justificação nenhuma. A sociedade questiona a existência de Deus e pretende ver provas dessa existência. No entanto, não somos assim tão curiosos em relação a outras coisas. Aceitamos que não nos consigam explicar o que existe para lá do universo, aceitamos acriticamente, de nós próprios, as nossas noções de bem e de mal. Aceitamos que só acreditamos em Deus porque foi assim que nos ensinaram mas não nos lembramos que talvez só achemos que roubar é errado porque também foi assim que nos ensinaram. Se pensarmos bem, somos apenas aquilo que nos ensinaram, não só em relação a Deus mas, em relação a tudo o que somos e o que seguimos. É difícil movermo-nos num mundo onde não existem certezas absolutas.

Na sociedade actual ensinaram-nos outra. Que o importante é centrarmo-nos na nossa própria felicidade. Vemos que isso tem problemas porque algo na nossa ideia de bem e mal nos diz que pensar só na própria felicidade é errado. Que estamos a ser egoístas e não deveríamos. Mas não também não temos certezas. Não conseguimos manter uma ideia alternativa porque não temos nada sólido para servir de alicerce.

O mundo está cheio de pessoas como nós. Que anseiam por qualquer coisa sem saberem pelo que hão-de ansear, que pensam que o mundo está mal mas não conseguem concretizar o que pensam.

Vivemos presos neste dilema. É uma luta onde não sabemos porque lutamos, por quê lutamos e contra quê lutamos. Uma luta assim é apenas inactividade. Aliás, como é que se convence alguém a lutar? Neste quadro, como é que se convence alguém a pôr em causa o que existe? Não temos bem uma alternativa ou se a temos, não temos a certeza se seja a correcta. Queríamos ter uma ideia com um selo a dizer “comprovado cientificamente”. Algo que dissesse que descobrimos o segredo que é 100% certo. Porque devemos ter uma ideologia e um ideal? Porque devemos defender algo que não temos a certeza absoluta? Porque devemos por em causa o que existe?

Mais especificamente, porque devemos interessar-nos por economia? E por política? E por sociologia? Por História, Física ou Filosofia? Porque devemos debater, ler, trocar ideias? Porque devemos escolher uma teoria, ter uma opinião, seguir uma ideologia? Qual é o interesse disso?

Estas são as nossas perguntas e a melhor resposta que lhes posso dar é que, verdadeiramente, não existe uma resposta mas, existem algumas ideias a ter em conta. Primeiro, da mesma maneira que não existe nenhuma verdade absoluta que nos faça optar por este caminho, também não existe nada que nos faça optar pelo caminho da sociedade, do imobilismo e do egoísmo. Segundo, da mesma forma como o bem e o mal não têm nenhuma prova absoluta mas nos servem em todos os âmbitos da nossa vida, temos e tomar opções, ou seja, tenhamos certeza ou não da bondade ou maldade das atitudes, somos obrigados a tomá-las em toda a nossa vida. Não se esqueçam que não tomar uma atitude é, por si só, uma atitude. Por isso, temos de tomar opções também em relação à luta, ideologia, etc… Não votar é também uma forma de fazer política e nós somos obrigados a escolher se é essa que queremos. Não ler é uma forma de viver com o conhecimento. Não sabemos se devemos ler ou não, mas sabemos que o que quer que optemos, é uma escolha e uma atitude e uma acção nossa. Não sabemos se Deus existe mas também somos nós a escolher se vivemos com a crença na sua existência ou não.

A questão é que não temos verdades absolutas mas temos de viver à mesma, optar à mesma, escolher à mesma. Para isso ligamo-nos ao que achamos mais verdadeiro, mais útil, que mais nos preenche.

Com isto tudo parece que estamos na mesma de quando começámos, mas não. O que deve ficar deste texto é que temos de nos ligar a algo. E se nos ligamos à ideia de que o mundo não está bom, de que a pobreza é uma coisa má, de que a justiça tem de ser alcançada, temos de nos interessar por política, por economia e por história; e só transformamos o mundo se debatermos, se lermos e se lutarmos.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Baladas (5)

Uma que me foi aconselhada na caixa de comentários. Vale a pena ouvir...XYZ, What Keeps Me Loving You:

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Baladas (4)

E agora, de uma banda que talvez não imaginássemos ser possível compor uma música assim. Judas Priest, Angel:

Baladas (3)

Eu sei que é duvidoso chamar banda metal aos Kiss mas não é isso que interessa. Aqui fica aquela que para mim é a sua melhor balada, na melhor das suas versões, do concerto Alive III.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Baladas

Desde que postei neste blogue a música Another Day da banda Dream Theater que houve quem ficasse com a ideia de que as melhores baladas são mesmo feitas por bandas metal. Concordo com isso e por isso vou postar algumas boas baladas nos próximos dias. Para hoje, o virtuoso guitarrista Yngwie Malmsteen com Prisoner of your love. Quem tiver ideias de músicas para aqui pôr deixe na caixa de comentários.