Santana Castilho, PÚBLICO, 31-03-2010
quarta-feira, 31 de março de 2010
"Escolas... locais de vivência dolorosa e inútil"
Santana Castilho, PÚBLICO, 31-03-2010
domingo, 28 de março de 2010
Volta a ser impossível...
Desta vez:
"O Exército de Resistência do Senhor (LRA), fundado em 1987 no Norte do Uganda, matou em Dezembro passado pelo menos 321 civis e raptou 250".
E reforço este ponto porque me parece interessante:
"O grupo, dirigido por um homem de 49 anos que se intitula “Mensageiro de Deus”, empenhado em construir uma sociedade à base dos Dez Mandamentos, matou depois os raptados que andavam demasiado devagar ou que tentavam escapar ao seu controlo."
e ainda:
"movimento, que mistura cristianismo, misticismo, religiões tradicionais africanas e feitiçaria"
quinta-feira, 25 de março de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010
Pedras no caminho?
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maioar empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
A minha tragédia
Tenho ódio à luz e raiva à claridade
Do sol, alegre, quente, na subida.
Parece que a minh’alma é perseguida
Por um carrasco cheio de maldade!
Ó minha vã, inútil mocidade,
Trazes-me embriagada, entontecida! ...
Duns beijos que me deste noutra vida,
Trago em meus lábios roxos, a saudade! ...
Eu não gosto do sol, eu tenho medo
Que me leiam nos olhos o segredo
De não amar ninguém, de ser assim!
Gosto da Noite imensa, triste, preta,
Como esta estranha e doida borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim! ...
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
terça-feira, 23 de março de 2010
“Portugal nas Trincheiras: a I Guerra da República”
Para a maior parte dos 55 mil portugueses mobilizados era o inicio de uma viagem inédita, marcada pela sucessão de novidades: o abandono da terra natal, a viagem de comboio, a chegada a Lisboa, o embarque num navio, o contacto com outra língua. Eram jovens, à volta dos 25 anos, sabiam vagamente para onde iam e muito pouco sobre os porquês da sua ida para a guerra.
Está aberta ao público, no Antigo Picadeiro dos Museus da Politécnica, em Lisboa, a exposição “Portugal nas Trincheiras: a I Guerra da República”.
Esta iniciativa "pretende evocar o primeiro grande acontecimento internacional em que participou o regime instaurado em 1910. É, também, uma oportunidade para homenagear o Combatente português da I Guerra Mundial, através da evocação do seu dia-a-dia, das suas alegrias, angústias e memórias."
ALGO A NÃO PERDER =)
Longe das apropriações ideológicas de outros tempos e preconceitos em assumir o passado, importa reavivar um acontecimento e uma época que fazem parte da nossa memória colectiva.
MAIS INFORMAÇÕES
segunda-feira, 22 de março de 2010
"O crime público, as escolas e o Estado"
Chamar crime público aos excessos de um miúdo é desistir do problema. E é não perceber que uma criança de dez, quinze anos merece um pouco mais de compreensão.
Platão, que tinha da justiça um conceito particular, articulava necessidade, responsabilidade e bom senso quando falava de leis. "As boas pessoas não precisam de leis que lhes digam para agirem responsavelmente", dizia. Não precisam porque a responsabilidade e a virtude de carácter são superiores a qualquer lei, a qualquer obrigação. Quem não tem virtude e é mau, dizia, "irá sempre encontrar maneira de contornar as leis do homem".
Platão vem a propósito das novas leis para regular o nosso aparente desgoverno, a nossa aparente falta de carácter e o problema que se criou nas escolas com os vícios do bullying. A morte do professor de Fitares - pressionado pelos alunos, levado ao extremo pela má educação - trouxe uma proposta ousada: considerar crime público todas as ofensas graves nas escolas.
Numa semana, a Educação desencantou a proposta a quente para reagir a um problema com anos. No futuro, todos os alunos do Básico (do Básico!!) e Secundário devem ser automaticamente suspensos cada vez que agredirem alguém. No futuro, eles serão crime público com penas e processo sempre que existir uma queixa formal e processo judicial.
De França, onde a violência escolar se tornou um assunto académico, surgem exemplos úteis para perceber porque é que isto não faz sentido. Nos últimos anos, os pedagogos franceses distinguiram nas escolas três formas de abuso:
Por excesso de zelo ou confusão, Portugal quer misturar estas três esferas. Chamar crime público aos actos de um miúdo de dez anos é um exagero. É acreditar que uma criança pode ser imediatamente acusada, sem mediação, por um adulto ofendido. Mais: é reconhecer que não há ninguém dentro da escola capaz de gerir a fúria de uma criança, muito menos julgá-la com a devida calma. É admitir que o Estado, por fragilidade dos professores e dos pais, deve substituí-los nessa missão essencial de educar, repreender e julgar. É reconhecer que já não basta reprimir os comportamentos desviantes, é preciso travá-los na base, nas escolas, onde o mal começa. Chamar crime público aos excessos de um miúdo é desistir do problema, é não querer saber o que está na raiz desses abusos, é reconhecer que os professores são incapazes de lidar com a violência e admitir que só a justiça pode resolver o problema de um menor. De repente, o Estado parece capaz de resolver tudo, até os nossos problemas de autoridade. O problema é que não resolve nada.
Futebol...
O futebol também é uma arte. E há jogadores que nos mostram isso sempre que jogam, "La pulga" é um deles...
sábado, 20 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
«Sou um aventureiro em busca de um tesouro»
quinta-feira, 18 de março de 2010
"A violência está a ser naturalizada,..."
Joaquim Azevedo, PÚBLICO, 18-03-2010
terça-feira, 16 de março de 2010
FACILTISMO nas UNIVERSIDADES
"O ensino é de permanente facilitismo", lamentou o gestor do Grupo Sonae para deixar um alerta: "As nossas universidades precisam de um abanão enorme".
Universidade vista como a fase do conforto
Luís Reis argumenta que "os alunos deviam ser expostos a mais dificuldades e deviam chumbar mais" e que os professores, sobretudo no Ensino Público, sofrem de "falta de desconforto".
"Um professor pode passar anos a receber um salário do Estado sem fazer nada", acusou o gestor, para sublinhar que em Portugal se cultiva a ideia de que "a universidade é um bilhete para o conforto".
O bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, criticou o facilitismo no acesso a alguns cursos de engenharia, após um ensino secundário onde a formação nas áreas da matemática, física e química é insuficiente.
Devido à falta de formação básica nas áreas de engenharia nos ensinos básico e secundário, «as universidades e os politécnicos têm pela frente um problema».
«Ou mantêm as regras de exigência adequadas às formações e exigências que querem garantir no final dos cursos aos seus alunos - e então terão muitos poucos alunos e estará em causa a sua sobrevivência -, ou têm de abrir as portas para adequar as exigências à falta de formação nivelando por baixo e, infelizmente, é isso o que está a suceder em muitas escolas».
No ano passado «apenas quatro Institutos Politécnicos exigiam matemática como cadeira específica» para cursos de engenharia, de forma que «os alunos poderiam entrar nos outros politécnicos sem matemática, porque não era exigida».
«É por esta via do facilitismo que estamos a encher o número de vagas,...».
Dos 310 cursos de engenharia existentes no país, apenas 97 estão acreditados pela Ordem dos Engenheiros. Em termos práticos, isto significa que os licenciados com cursos acreditados pela Ordem entram nela sem exame de admissão e passam a ser formalmente engenheiros. Já os licenciados por cursos não acreditados têm de sujeitar-se a um exame da Ordem. Se quiserem, claro.
segunda-feira, 15 de março de 2010
domingo, 14 de março de 2010
quinta-feira, 11 de março de 2010
"É UM TÍPICO EXEMPLO DE CARNEIRADA"
"a universidade transforma-se cada vez mais numa extensão do liceu."
Falta dimensão nacional ás universidades, um dinamismo que extravasse os seus limites físicos?
Faltam, acima de tudo, alunos que a Universidade não se pode dar ao luxo de perder. Como aconteceu no passado. Pessoas que dêem cartas a nível cultural. De outra forma entramos num regime em que o professor ensina a matéria, o aluno estuda-a e depois passa de ano.
Como explicas esse comodismo?
Hoje em dia, o ano lectivo está dividido em festas, não em épocas de estudo. A recepção aos caloiros, os finalistas, entre outras. É a lógica institituída. Depois acontecem coisas espantosas. Como é possivel que, em Coimbra, uma cidade com poucas iniciativas culturais, haja tantos jovens a viver juntos e mesmo assim não conseguem fazer nada? Como é possível que a proximidade entre um estudante de artes, literatura, ciências, comunicação social produza tão pouco? Também não será em Lisboa que se vai conseguir isso, quando ás quatro da tarde toda a gente apanha o comboio para ir para a sua casa.
Fala-se muito em Cambridge, mas ninguém aposta a sério na criação de um modelo semelhante. É esse o problema?
Sempre foi esse. Em Espanha, por exemplo, quase se criavam esses espaços artificialmente. Fundaram-se escolas com determinados professores ao lado de vários alunos e assim nascia uma geração. Lorca, Dalí e Buñel foram companheiros de quarto, numa escola criada para fabricar uma geração. E resultou. É estranho que não se passe o mesmo aqui. Por outro lado, nem sempre os alunos gostam do que estão a estudar. Não se interessam.
(...) As universidades deveriam poder mandar embora todos os professores que foram contratados nos anos 80 para encher buracos e que correm o risco de se tornarem catedráticos. (...) Fazem falta bibliotecas com livros, (...).
Para resolver o problema também era preciso que os alunos deixassem de se preocupar com os trajes e passassem a pensar neles próprios e nas suas profissões. (...) O ofício dos estudantes é estudar, andar para a frente. É saber fazer uma investigação séria e não de liceu. Saber a diferença. Pensar. Ser criativo. Ter interesse no que se está a fazer. (...)
Não. Sou completamente contra as manifestações colectivas dos universitários.
Nunca lhes encontro sentido. (...) Na FCSH nem se consegue expllicar ás pessoas que há cinco anos não havia praxe... E que elas são ridículas, absurdas e de uma baixeza sem descrição. Tudo porque um ano em que 80 por cento dos alunos (que entraram para ali por não ter entrado em mais lado nenhum) se decidiu a inventar uma tradição. Não é para isso que uma universidade serve. Vai uma grande distância entre ensino público e ensino para todos.
Há pessoas que não têm de estar no ensino superior. Simplesmente porque não gostam de estar lá, nem querem.
Vão atrás de um vício social. É um típico exemplo de carneirada. Seguem todos atrás uns dos outros por aí fora. Há faculdades que não têm coisas para ensinar a toda a gente.
A capacidade de trabalho. A minha faceta de activista é essa. Ser um defenso do ofício. Tenho professores com uma grande intuição para o ensinam. Mas também outros que são geniais e que trabalham 40 horas para dar uma aula. Aprecio muito isso. Que alguém me mostre que teve 100 horas a fazer um enunciado de uma frequência.
Essa valorização do trabalho é quase uma heterodoxia num país em que que a corrupção está na ordem do dia?
(...) Cursos de três anos!, exclamam, não pode ser, tem de ser de cinco, como na Sorbonne... Fazer um paper por semana?, indignam-se, isso é para as más universidades da América e de Inglaterra. Importante é ler uma bibliografia de 1.500 livros para ao fim de três anos fazer um ensaio... Não se tentou implementar com Bolonha a filosofia que lhe está subjacente. Por mais intuição que tenhas, a ideia tem de durar três anos. Quando devia ser o contrário. Desenvolves essa ideia esta semana e para a próxima tens outra, se faz favor. Mas continua-se a alimentar esse espírito: é um rapaz muito intuitivo, teve uma boa ideia, vamos lá puxar por isso durante três anos para fazer uma tese.
Muito. Está bem pensado. E não é suposto as universidades, principalmente nas não cientifícas, reterem os alunos. Todos têm o direito a frequentar uma universidade pública. Mas se não querem aprender não vamos retê-los e obrigá-los a ser criativos. Quem pensar assim tem de ser despachado em três anos. Fica com um canudo de um curso que, de três ou cinco anos, como sabemos, não serve para nada.
"Longe vão os tempos das grandes lutas estudantis,..."
quarta-feira, 10 de março de 2010
A LIÇÃO DE UM CASTING*
O nervosismo do rapaz não era só fruto da rebeldia e da timidez, própria da idade, que soube ultrapassar diante da pressão dos avaliadores e, posteriormente, no espectáculo da televisão – e é, em primeiro lugar, disso que se trata, de um concurso de entretenimento na televisão.
Filipe transpirava outra “revolta”. Um eco da cultura vigente, no âmago de dramas mais profundos e estruturantes.
Quando, na hora de hesitar sobre a participação no concurso, o júri o questionou sobre um eventual medo da “rejeição”, Filipe esclareceu que o medo – o seu medo, que é também o medo de uma geração – tem outra origem: “tenho medo de falhar”.
Este é um tempo sem tempo para falhas. Num aparente paradoxo, mais ironia que destino, vivemos na abundância da incompetência com a banalização da irresponsabilidade, e é neste cenário que aumenta o medo de falhar, quando o sentimento de injustiça prevalece… Esta geração, (des)orientada pelas falhadas gerações que a antecedem, arrisca-se ter medo de arriscar.
Num mar agitado pela incoerência social mediaticamente ampliada – da política às empresas, passando pelas relações familiares – falhar pode ser fatal. O futuro, incerto e imprevisível, não se compadece com falhados.
O dilema do Filipe soa ainda a metáfora, também própria da sua geração. A legítima resistência contra um “status” imposto, em exposição triunfalista e eufórica, que tritura e se apresenta como inevitável.
"Gosto de tocar para as pessoas, não gosto de ser obrigado a ir para um caminho", explicou o Filipe. "Se queres fazer o teu percurso – sozinho –, com toda a originalidade e valor que tens, tiro o chapéu", contrapôs o júri e músico Laurent Filipe. "Há uma parte de mim que quer vir cá, e outra que não", dizia o Filipe.
Que ousadia, rapaz! Dizê-lo honestamente diante de quatro pessoas que, para todos os efeitos, te iam avaliar na rotina matreira do programa, é uma ousadia impregnada de saudável ingenuidade.
A máquina do efémero funcionou mais uma vez. Bênção e maldição. Ecrã e projector. Feira de vaidades e de humilhações. Nem o programa nem o jovem artista estão imunes a uma certa lógica mediática, que constrói e destrói com a mesma facilidade. Transforma o privado em público ou reduz o público ao insignificante. Capaz de fazer “ídolos” do nada ou desfazer génios num plano de segundos.
Aconteça o que acontecer, o júri Boucherie Mendes antecipou o posfácio naquele primeiro dia de ascensão do Filipe: "as pessoas merecem ouvir o teu talento". O júri Moura dos Santos avisou que "a pessoa que sair o programa, consoante a atitude, será ou não um músico". Roberta Medina acrescentou que o programa serve para ganhar "apenas visibilidade”.
Depois, logo se vê…
Vale a pena rever o casting do Filipe.
* Joaquim Franco
Jornalista
terça-feira, 9 de março de 2010
segunda-feira, 8 de março de 2010
Dia Internacional da Mulher
Fica o apelo da Amnistia Internacional, que se tem dedicado a denunciar as violações dos direitos das mulheres e raparigas e fazer com que as suas vozes sejam ouvidas: "ESTÁ NAS SUAS MÃOS AJUDAR ESTAS MULHERES!"
domingo, 7 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
quinta-feira, 4 de março de 2010
quarta-feira, 3 de março de 2010
terça-feira, 2 de março de 2010
Trabalhar?!... mmmm.... NÃO
João Vaz, jornalista, "Correio da Manhã", 02-03-2010
segunda-feira, 1 de março de 2010
praxe... ou estupidez???
mais uma vez, a estupidez humana a sobressair...
peço desculpa, mas não consigo ser imparcial quando me falam de praxe... num Mundo em que muitos acreditam que somos todos iguais, em que ninguém é mais do que ninguém, ainda se praticam rituais medievais como a praxe, em que uns são subjugados às ordens e caprichos de outros...
é só de mim, ou isto é um "bocadinho" contraditório??
PS - o traje é dito académico, pertence aos estudantes... não me parece que seja traje praxista não?
PS 2 - ver também aqui