quinta-feira, 29 de abril de 2010
"Um Contra O Outro"
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens."
"Muda de nível,
sai do estado invisível,
põe o modo compatível,
com a minha condição,
que a tua vida,
é real e repetida,
dá-te mais que o impossível,
se me deres a tua mão."
"Anda, mostra o que vales,
tu nesse jogo,
vales tão pouco,
troca de vício,
por outro novo,
que o desafio,
é corpo a corpo."
Deolinda
quarta-feira, 28 de abril de 2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
"AS VINHAS DA IRA"
... como pode um homem que nada possui compreender as preocupações dos que possuem alguma coisa? (...)
E as terras não pertenciam aos homens armados, mas estes pensavam que eram os donos das terras. (...)
E os homens em êxodo espraiavam-se pelas estradas e havia fome e miséria nos seus olhos. (...) Quando aparecia trabalho para um homem, havia logo dez a disputá-lo, lutavam por ele, aceitando uma paga miserável.
«Se aquele tipo trabalha por trinta cents, eu trabalho por vinte e cinco.»
«Se ele trabalha por vinte e cinco, eu trabalho por vinte.»
«Não, eu... eu, que tenho fome. Trabalho nem que seja por quinze.»
«Trabalho mesmo só pela comida. Os meus filhos! Só queria que o senhor os visse! Estão com o corpo cheio de furúnculos, estão que nem podem andar. Dei-lhes frutas podres, apanhadas do chão; incharam terrivelmente. Eu; eu trabalho até por um pedacinho de carne.»
E isso causava satisfação, pois, embora os salários diminuíssem, os preços dos géneros mantinham-se altos. Os grandes proprietários estavam contentes e mandavam ainda distribuir mais impressos para atrair mais gente. Os salários baixavam e os preços mantinham-se altos. Não tarda muito que não haja de novo escravos no nosso país.
(...)
Os pequenos proprietários não tardavam a mudar-se para as cidades por um certo tempo, ... Depois, acabavam por sair também para as estradas. E as estradas formigavam de homens ávidos de trabalho, prontos a assinar por causa do trabalho.
As companhias e os bancos trabalhavam para sua própria ruína, mas ignoravam-no. Os campos estavam prenches de fruta, nas estradas marchavam homens que morriam de fome. Os celeiros estavam repletos, mas as crianças cresciam raquíticas e inchava-lhes o corpo com as pústulas da pelagra. As grandes companhias ignoravam quão estreita é a linha divisória entre a fome e a ira. E o dinheiro, que podia ter sido empregado na melhoria de salários, gastava-se em bombas de gás, em carabinas, em agentes e espiões, em listas negras e exércitos bélicos. Nas estradas, os homens deslocavam-se como formigas, à procura de trabalho e de comida.
E a ira começou a fermentar.
(...)
A podridão alastra por todo o Estado e o cheiro doce torna-se uma grande preocupação nos campos. Os homens que sabem enxertar as árvores e tornar fecundas e fortes as sementes, não encontram meios de deixarem a gente esfaimada comer os seus produtos. Homens que criaram novas frutas para o mundo, não sabem criar um sistema pelo qual as tais frutas possam ser comidas. E o malogro paira sobre o Estado como um grande desgosto.
As operações praticadas nas raízes das vinhas e das árvores devem ser destruídas, para que sejam mantidos os preços elevados. É isto o mais triste, o mais amargo de tudo. Carradas de laranjas são atiradas para o chão. O pessoal vinha de milhares de distância para buscar as frutas, mas agora, não lhes é permitido fazê-lo. Não iam comprar laranjas a vinte cents a dúzia, quando bastava pular do carro e apanhá-las do chão. Homens armados de mangueiras derramam querosene por cima das laranjas e enfurecem-se contra o crime daquela gente que veio à procura das frutas. Um milhão de criaturas com fome, de criaturas que precisam de frutas... e o querosene derramado sobre as faldas das montanhas douradas.
O cheiro da podridão enche o país.
Queimam café como combustível de navios. Queimam o milho para aquecer; o milho dá um lume excelente. Atiram batatas aos rios, colocando guardas ao longo das margens, para evitar que o povo faminto intente pescá-las. Abatem porcos, enterram-nos e deixam a putrescência penetrar na terra.
Há nisto tudo um crime, um crime que ultrapassa o entendimento humano. Há nisto tudo uma tristeza, uma tristeza que o pranto não consegue simbolizar. Há um malogro que opõe barreiras a todos os nossos êxitos; à terra fértil, ás filas rectas de árvores, aos troncos vogorosos e á frutas maduras. Crianças atingidas de pelagra têm de morrer porque a laranja não pode deixar de proporcionar lucros. Os médicos legistas devem declarar nas certidões de óbito: «Morte por inanição», porque a comida deve apodrecer, deve, por força, apodrecer.
O povo vem com redes para pescar as batatas no rio, e os guardas impedem-no. Os homens vêm nos carros ruidosos apanhar as laranjas caídas no chão, mas as laranjas estão untadas de querosene. E ficam imóveis, vendo as batatas passarem flutuando; ouvem os gritos dos porcos abatidos num fosso e cobertos de cal viva; contemplam as montanhas de laranjas, rolando num lodaçal putrefacto. Nos olhos dos homens reflete-se o malogro. Nos olhos dos esfaimados cresce a ira. Na alma do povo, as vinhas da ira crescem e espraiam-se pesadamente, pesadamente amadurecem para a vindima."
Para todos os espectadores dos Morangos com Açúcar e outras barbaridades idênticas...
Noam Chomsky
quinta-feira, 22 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
pessoas grandes...
[As crianças têm de ser muito indulgentes para as pessoas grandes.]
sábado, 17 de abril de 2010
E depois das 1111 visitas...
Filipa e Flávia o Instrução Primária dá-vos as boas vindas!
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Depois das 1000 visitas...
E assim, este pequeno e humilde espaço da blogoesfera conta com mais um elemento para partilhar mais um pouco da nossa ignorância mas enorme vontade de aprender...
A Filipa avisou-nos que se calhar não vai poder escrever com muito grande regularidade, mas com a regularidade que quiser, será, de certeza óptimo, contar com o seu espírito crítico e curiosidade para dar força a este blogue.
Sê bem vinda Filipa...
quarta-feira, 14 de abril de 2010
"Temos de ser mais corajosos e mais ambiciosos..."
Falemos de Oxford. Tem cerca de 20 000 alunos, tantos como a Universidade de Lisboa, e cerca de 4 000 professores e investigadores, tantos como a totalidade das universidades de Lisboa. Mas tem um orçamento anual de cerca de 950 milhões de euros, praticamente idêntico ao da totalidade das universidades portuguesas! Temos de ser mais corajosos e mais ambiciosos, ainda que isso implique romper com certas rotinas e interesses que se instalaram no sistema do ensino superior em Portugal.
"Há universidades e politécnicos a mais?"
Com supressões
A rede do ensino superior público português compreende 15 universidades públicas e 15 institutos politécnicos, com realidades muito distintas.
dimensão universitária. Pode, e deve, haver instituições especializadas, de ensino e investigação, que têm uma acção de referência em certos domínios. Mas uma Universidade é outra coisa. É um lugar único, plural, onde é possível um diálogo entre disciplinas muito diversas», argumentou.
O discurso do Reitor concentrou-se, em boa parte, na situação em Lisboa,mas não esqueceu o
resto do país, onde há «várias instituições nas mesmas cidades» e «universidades a 50 quilómetros umas das outras». Pedro Saraiva, deputado do PSD e membro da Comissão de Educação e Ciência revelou outro número: «Se olharmos não apenas para a rede pública, mas igualmente para a privada e cooperativa, existem em Portugal mais de 150 instituições de ensino superior. Atendendo à dimensão geográfica e populacional do nosso país, trata-se de um número anormalmente elevado». Ainda assim, António Nóvoa adopta um discurso que é seguido de forma consensual pelas personalidades ouvidas pela Aula Magna, o de que é possível «dar corpo » às instituições sem recorrer a soluções mais radicais. «Não advogo a extinção de instituições. As diferentes universidades e politécnicos ganharam uma identidade própria e, de um modo geral, têm dado um importante contributo nas suas regiões. Mas é urgente encontrar formas de articulação, de cooperação e de associação entre as instituições», reforçou.
O socialista Manuel Mota, afina pelo mesmo diapasão. Na sua opinião, é «relevantíssimo » manter a coesão territorial, para a qual as unidades orgânicas no interior do país dão um contributo valioso, até porque há «muitos alunos que só frequentam o ensino superior devido ao factor proximidade ». O deputado põe mesmo o acento tónico na «necessidade de aumentar o número » de alunos em Portugal (em 2008/09, eram 373 002), (...) não exclui a hipótese de usões, lembrando que «o enquadramento jurídico do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior permite que as instituições se juntem em consórcio, atingindo uma dimensão qualitativa e quantitativa interessante». Estas parcerias nacionais ou internacionais surgem como uma forma de assegurar dimensão institucional sem que os cooperantes percam a sua identidade ou autonomia. (...)
(...)
Em Portugal, há cerca de 4.000 cursos registados, sendo 1.874 de licenciatura ou mestrado integrado, com mais de 800 designações distintas. (...)
(...)
De resto, o socialista Manuel Mota não quis «condenar» o eventual excesso e/ou falta de qualidade de cursos de «papel e caneta» que proliferam por um grande número de instituições. «Não temos dados de empregabilidade, porque formações de ‘banda larga’ como Direito, Gestão ou Economia proporcionam o acesso a várias funções. Por vezes há erros: em Inglaterra encerraram-se muitos cursos na área educativa e passados uns anos percebeu-se que foi um erro, porque deixou de haver oferta. Há um ciclo de sustentabilidade a manter», notou.
André Moz Caldas salienta outro dado: fundir cursos ou faculdades mais tradicionais, nas áreas da Medicina ou Direito, será sempre muito complicado. «Há uma grande tradição, são cursos muito antigos, com corpos docentes muito conservadores, convencidos de que o seu projecto educativo é o melhor», afirma.
António Nóvoa agitou as águas, porque não quer que as universidades portuguesas «continuem na periferia, sempre a admirar as ‘universidades de excelência’ que existem lá fora».
Pedro Saraiva acrescenta outros dados de reflexão: «Análises do panorama mundial do ensino superior colocam- nos, apesar de resultados de excelência alcançados em determinados sectores e instituições, abaixo da quadragésima posição no que toca à qualidade do sistema de ensino superior, atrás dos países mais habituais, mas igualmente e infelizmente já também da Polónia, Turquia, China, Índia ou Brasil».
Podem chamar-lhe moda mas o fenómeno de concentração de recursos e de cooperação institucional que se espalhou por todo o mundo está aí para durar e dar que falar. Talvez tudo se resuma a uma simples frase do Reitor da Universidade de Lisboa: «O tempo do small is beautiful já passou».
terça-feira, 13 de abril de 2010
Há universidades a mais em Portugal?
Editorial publicado na revista AULA MAGNA
"Esta pergunta poderia ser feita por algum tecnocrata preocupado com os custos do ensino superior. Surpreendentemente, a questão é levantada e debatida dentro da própria universidade.
É inegável que, em algumas cidades e regiões, a existência de uma instituição de ensino é quase uma questão de sobrevivência. Essas instituições cumprem um papel regional. Mas que papel pode desempenhar na ciência, cultura e economia da Europa uma instituição com três ou quatro mil alunos? Não falamos de uma faculdade com três mil alunos que se insere numa universidade de trinta mil, mas de uma universidade inteira, isolada no mapa. Que grandes descobertas científicas podem vir de uma universidade assim? Que prémios Nobel podem nascer aí?
Uma opção seria fechar tudo, «pôr aquilo à venda, aproveitando toda a tecnologia simplex e promovendo leilões na web», como sugere o professor Alexandre de Sousa em http://www.aulamagna.pt/ opiniao/fazer-coisas-com-tangrantuga. Humor à parte, a realidade que temos hoje não é menos risível nem muito mais produtiva do que isso. Sobretudo se tivermos em conta as exigências científicas colocadas pelo futuro aos países que querem continuar a ser desenvolvidos.
Outra ideia seria criar grandes universidades e politécnicos, dispersos geograficamente mas com um alto grau de colaboração e de criação de sinergias entre si. Impossível? E é possível continuar a discutir eternamente o défice e o emagrecimento dos salários?, em vez de procurarmos soluções para os nossos problemas de atraso científico, cultural e, já agora, económico e empresarial?"
No entanto...
Na Páscoa, sempre que se falava nalgum discurso de alguma autoridade da IC, referia-se se tinha ou não falado na pedofilia;
Há algum tempo também pareciam querer à força que em Portugal também houvesse um caso destes para dar escandalo.
Obviamente que isto é lamentável, não digo que não. Mas quanto a mim está relacionado com os mesmos mecanismos sociais que estão por detrás do próprio caso de pedofilia na IC.
Falar em complot ou perseguição é sempre a saída mais fácil para quem não quer olhar para os problemas de forma séria...
É em situações destas...
O que vem primeiro? são homossexuais e isso torna-os potencialmente pedófilos ou, são pedófilos, e o pedófilos têm tendência a abusar de crianças do mesmo sexo?
Ou melhor, se um pai abusar de um filho (lembro que a maioria dos casos de pedofilia acontecem no ambiente familiar), o que conta para os estudos? o lado hetero do pai que até tem um filho ou o lado homo de ter relações com um filho do mesmo sexo?
Trata-se de um caso de possível errada especificação do modelo...
Em segundo lugar, o celibato não está relacionado com a pedofilia, mas será que o celibato imposto não está? Porque não uma variável dummy de celibato imposto = 1 e não imposto = 0?
Pergunto eu ainda: relação entre pedofilia e homossexualidade, mas para qualquer um que se sente homossexual ou para o hommossexuais sexualmente reprimidos? Não terão entrado na Igreja muitos homossexuais que, pela sua condição, decidiram não casar e preferiram ir para a Igreja?
Outra estimação interessante seria saber se homossexuais convictamente católicos e casados (casamento homossexual, obviamente), também teriam maiores probabilidades de ser pedófilos.
Se estas afirmações do Cardeal Tarcisio Bertone não são sacudir a água do capote, vou ali, e já venho...
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Igreja
Claro que o facto de o Papa, como dezenas de bispos terem ocultado as centenas de casos que se sucederam é irrelevante. Claro que para mim é irrelevante que o Papa que dirige a Igreja Católica se tenha interessado mais com o bom nome desta do que com a vida dos milhares de pessoas abusadas.
São perseguidos, coitadinhos.
Caros amigos, que são como eu católicos, entendam aqui o que é o individualismo:
Individualismo é olhar para o caso como um problema individual de cada um dos padres que o praticou e esquecer todo contexto social e institucional que o envolve.
Anselmo Borges, neste texto, prefere procurar alguns pontos que ajudam a entender a questão. Não a explicam toda, mas ajudam.
Mas depois respondem: a maioria dos pedófilos são casados. E eu respondo: É isso, comparem os padres com os piores e sintam-se contentes com isso...
Continuem a esquecer o que aconteceu e prefiram achar que está tudo bem porque os outros ainda conseguem ser piores. Depois ainda me lembrem que esses radicais dos muçulmanos não tem qualquer noção do que são direitos humanos. Depois vitimizem-se e digam que são alvo de um grande complot para destruir a Igreja. Eu apenas responderei que dessa Igreja, eu não faço parte...
PS: João César das Neves, duvido muito que a perseguição que Jesus Cristo falava fosse essa...
quinta-feira, 8 de abril de 2010
"Não vire a cara: 1,8milhões de crianças são escravas da prostituição!"
CRIANÇAS VENDIDAS PARA ESCRAVAS SEXUAIS
Sina Vann tinha 13 anos quando os pais a venderam aos traficantes. Foi levada para longe do Camboja rural onde cresceu; foi trabalhar para um bordel no vizinho Vietname. “Havia lá outras meninas como eu”, diz Sina ao Metro, “mas isso não ajudava em nada. O dono não nos deixava conversar. Queria tanto fugir... Mas havia os cães de guarda lá fora.” Há dois anos, Sina foi resgatada por Somaly Mam, uma cambojana que fora vítima de traficantes enquanto criança, mas que agora dedicava a vida a salvar as vítimas dos criminosos. Somaly foi eleita pela Time como uma das pessoas mais influentes do Mundo em 2009; Angelina Jolie escreveu um artigo sobre ela. O tráfico de crianças não é novo, mas atinge novos recordes todos os anos. Segundo o Departamento de Estado norte- -americano que monitoriza estes assuntos, esta é hoje, no Mundo, a segunda maior actividade criminosa. De acordo com outros relatórios, a percentagem de crianças entre os traficados subiu de 15 para 22% entre 2003 e 2007. Dessas, a maioria, se tiver mais de dez anos, será certamente levada à prostituição. Ainda segundo uma outra organização atenta ao assunto, 1,8 milhões de crianças são hoje exploradas sexualmente. O caso é tão grave que o ex-presidente Bill Clinton obrigou a famosa organização Clinton Global Initiative (CGI) a dar-lhe prioridade. Ruchira Gupta, uma activista que ganhou o Prémio de Cidadãos da CGI em 2009, dedica a vida a tirar meninas indianas dos bordéis. Ela confronta os homens: “Está errado fazer o que fazem. Mas eles dizem que a prostituição é uma coisa natural, e que as mulheres não lhes dão sexo tão bom. Um até me disse que a masturbação o levaria à cegueira.”
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Interrogação
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos.
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro o olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Sonhar...
OBJECTIVOS DO MILÉNIO... Onde estamos?
1. ERRADICAR A POBREZA EXTREMA E A FOME
Meta 1: Reduzir para metade, a proporção de pessoas cujo rendimento é menor que um dólar por dia.
Meta 2: Reduzir para metade, a proporção de população afectada pela fome.
Actualmente... nos países em desenvolvimento, os empregos precários terão AUMENTADO 110 milhões só de 2008 para 2009...
2. ENSINO PRIMÁRIO UNIVERSAL
Meta 3: Assegurar, que as crianças em toda a parte, de ambos os sexos, terminem um ciclo completo de ensino primário.
Actualmente... nos países em desenvolvimento, o número de crianças NÃO escolarizadas BAIXOU de 103 milhões em 1999 para 73 milhões em 2006. A taxa de escolarização primária SUBIU de 83 por cento para 88 por cento. Mas caso estes progressos não sejam rápidos, 58 dos 86 países que ainda não têm ensino primário universal NÃO ALCANÇARAM A META ATÉ 2015.
3. PROMOVER A IGUALDADE DE GÉNERO E A CAPACITAÇÃO DAS MULHERES
Meta 4: Eliminar a disparidade de género no ensino primário e secundário, em todos os níveis de ensino.
Actualmente... a escolarização primária das raparigas AUMENTOU em todas as regiões em desenvolvimento, mas AS DIFERENÇAS CONTINUAM...
4. REDUZIR A MORTALIDADE INFANTIL
Meta 5: Reduzir, em dois terços, a taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos.
Actualmente... a mortalidade infantil BAIXOU 28 por cento, (...) mas o objectivo ainda está muito longe de ser alcançado... As mortes por sarampo em África caíram 91 por cento.
5. MELHORAR A SAÚDE MATERNA
Meta 6: Reduzir em três quartos, a taxa de mortalidade materna.
Actualmente... a mortalidae materna tem diminuído muito pouco nas regiões menos desenvolvidas... Em 2009 morria a cada minuto uma mulher por complicações de gravidez ou parto. O uso de contraceptivos registou algum avanço, (...), passou de 50 para 62 por cento...
6. COMBATER O VIH/SIDA, A MALÁRIA E OUTRAS DOENÇAS
Meta 7: Parar até 2015 e começar a inverter a propagação do HIV/SIDA.
Meta 8: Parar até 2015 e começar a inverter a tendência actual da incidência da malária e outras doenças graves.
Actualmente... a taxa de infecção pelo VIH DIMINUIUde 3,5 milhões para 2,7 milhões, uma redução de 30 por cento.
Com as condições actuais, segundo a ONU a maior parte dos países terá DICULDADE EM ALCANÇAR AS METAS.
7. GARANTIR A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Meta 9: Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e inverter a actual tendência para a perda de recursos ambientais.
Meta 10: Reduzir para metade, a percentagem de população sem acesso permanente a água potável.
Meta 11: Alcançar, até 2020, uma melhoria significativa na vida de, pelo menos, 100 milhões de habitantes de bairros degradados.
Actualmente... nos recursos ambientais e na biodiversidade, o sinal é negativo.
Cerca de 1,6 milhões passaram a ter acesso a água potável desde 1990.Em 2006, 2,5 mil milhões de pessoas NÃO tinha acesso a saneamento,...
8. CRIAR UMA PARCERIA GLOGAL PARA O DESENVOLVIMENTO
Meta 12: Continuar a desenvolver um sistema comercial e financeiro aberto, baseado em regras, previsível e não discriminatório.
Meta 13: Satisfazer as necessidades especiais dos Países Menos Avançados.
Meta 14: Satisfazer as necessidades especiais dos países sem litoral e dos pequenos estados insulares em desenvolvimento.
Meta 15: Tratar de forma integrada o problema da dívida dos países em desenvolvimento, através de medidas nacionais e internacionais, por forma a tornar a sua dívida sustentável a longo prazo.
Meta 16: Em cooperação com os países em desenvolvimento, formular e aplicar estratégias que proporcionem aos jovens trabalho condigno e produtivo.
Meta 17: Em cooperação com as empresas farmacêuticas, proporcionar o acesso a medicamentos essenciais a preços acessíveis, aos países em desenvolvimento.
Meta 18: Em cooperação com o sector privado, tornar acessíveis os benefícios das novas tecnologias, em especial das tecnologias de informação e comunicação.
FALTAM 5 ANOS...
Fontes:
sábado, 3 de abril de 2010
"A relação dos jovens com a política está a enfraquecer"
sexta-feira, 2 de abril de 2010
"Rapaz de 12 anos vai ser julgado como adulto"
"Jordan matou, mas não passa de um miúdo"
Por Paulo Martins
Executou friamente a namorada do pai, grávida, enquanto dormia. Saiu impávido de casa e, como habitualmente, tomou o autocarro para a escola. Um ano volvido, não assumiu a autoria do crime e nem sequer exprimiu o do mais ténue remorso.
A reacção instantânea seria descrever Jordan Brown como um "monstro" irrecuperável, que merece castigo eterno. Porém, quando aos ingredientes da sinistra história se juntar a idade do assassino - 12 anos apenas - talvez a emoção ceda à razão e modere os impulsos mais justicialistas.
O caso de Jordan, que a justiça norte-americana quer julgar como adulto - abrindo-lhe as portas da prisão para o resto da vida - não desfere apenas um murro no estômago; gela a consciência. Deixa à solta um mar de interrogações sobre a sociedade que tais situações propicia e sobre a resposta que é suposto ela dar-lhes.
Quanto a interrogações, partilho apenas duas. Não é aconselhável procurar as causas de tão tenebrosos desfechos? Pode a prisão perpétua ser castigo "exemplar", quando se aplica a uma criança? Sim, é indispensável, mais do que aconselhável, compreender que caminhos trilhou Jordan Brown até chegar ao ponto a que chegou - sem que esse esforço de compreensão dilua objectivas culpas individuais em difusas responsabilidades colectivas. Não, não é nada provável que tão dura pena seja susceptível de dissuadir comportamentos desviantes de quem é ainda tão jovem. Está, aliás, longe de demonstrada a eficácia de um quadro penal com bitola elevada - maxime, o que prevê a pena de morte - na redução da criminalidade.
Aqui chegados... voltamos ao início. À necessidade de lembrar que ao sistema penal não incumbe apenas sancionar, mas também reinserir (pelo menos tentar). Se o princípio é válido para um adulto, ainda o é mais para uma criança. Por mais impressionante que seja o crime e intensa a pressão social para o vingar.
Questão diferente é a da idade a partir da qual um cidadão pode ser criminalmente responsabilizado. É complexa e merece ponderação, num mundo onde a precocidade é cada vez maior. Mas seria grave introduzi-la quando se aborda um caso protagonizado por um miúdo de 12 anos.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
O FIM dos "MORANGOS COM AÇÚCAR"
Para trás, ficam sete anos de grandes aventuras e muita adrenalina. Uma novela que desde sempre foi considerada por muitos como uma caça de talentos e que criou grandes actores como Cláudia Vieira ou Rita Pereira, entre tantos outros.