quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Paixão Racional

Conseguirá o homem sentir o que não sente?
Fazendo sentir em si aquilo que a mente sente?
Será possível, afinal, sentir na paixão o que sente a mente?
Ou não passará tudo de ilusão?
Ilusão da mente ou do coração?
Ilusão da vontade ou do sentimento?
E não será toda a ilusão pensada em vão?
O que será isto então?
Um monte de rimas também em vão?
Rimas no papel
Paixão no pensamento ou no coração...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Europa

A grande essência das eleições europeias situa-se numa divergência simples: Em principio, os grandes partidos são pró-Europeístas mas, a grande divergência tem a ver com o modelo em que a União é feita, ou seja, um modelo neoliberal em que o objectivo da União é a abertura económica para aumentar os mercados e assim beneficiar a economia e as multinacionais que explorarão as novas áreas abertas pela União. Outra perspectiva assenta numa União de cariz social-democrata, defensora da protecção e dos direitos sociais em toda a União. Com a actual crise são estes dois modelos que estão em crise em todo o mundo. O que acontecerá na União Europeia? Já agora: Conseguem-se dizer quais são os partidos que apoiam cada uma das tendências que enunciei acima?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Tenho Medo

O mundo está lá fora
E eu quero ser feliz!
Vou ter de arriscar,
Decidir, escolher
Oh não, mas que mal é que eu te fiz?

Mas só assim posso ter o que sempre quis:
Ser feliz conscientemente.

Estar contente apesar de saber que o mundo não está bem
Apesar de saber que não somos perfeitos
Que o mundo é triste e não sorri a ninguém
e por isso luto

Luto porque na vida só conheço dois caminhos
Lutar ou estar de Luto
Viver ou desperdiçar

Só consigo ser verdadeiramente feliz
quando vir que fiz,
que lutei, que vivi!

Vivi para ser feliz,
e fui feliz a viver!


Sou feliz porque não tenho medo!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Indiferente...

Aonde vais?
Aonde fico?
Por onde ficas neste cenário de guerra?
Falta amor, não falta terra,
Faltamos nós e os nossos abraços.

Ir, não ir...
Caem estilhaços por todo o lado,
Atiram-se das pontas quem não tem casa,
Ou quem tem tudo, sem ter nada,
Caem por aí abaixo, rebolando por penhascos,
De falsa liberdade...

Para onde vamos, assim,
Ficamos? Não ficamos?
Mudamos? Continuamos? Assim?
Quanta mais gente tem de morrer?
De que estamos à espera?
Ficamos? Paramos? Parámos?
Não fiques...
Eu agonio, o mundo agonia,
Mas tu ainda te podes salvar:
Muda...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Instrução Primária

Não saibas: imagina...
Deixa falar o mestre, e devaneia...
A velhice é que sabe, e apenas sabe
Que o mar não cabe
Na poça que a inocência abre na areia.

Sonha!
Inventa um alfabeto
De ilusões...
Um a-bê-cê secreto
Que soletres à margem das lições...

Voa pela janela
De encontro a qualquer sol que te sorria!
Asas? Não são precisas:
Vais ao colo das brisas,
Aias da fantasia...

Miguel Torga