"a I República deu à Igreja mais liberdade, mesmo cortando algumas liberdades"
Mas que Igreja Católica era esta? Aqui, notou-se mais divergência entre os dois intervenientes. Fernando Rosas, que fez questão de referir várias vezes a sua posição de ateu, descreveu o catolicismo do início do século XX português como muito diferente do actual: "Apesar de variada e plural, a Igreja era em muitos aspectos, no seu discurso doutrinário e nas posições dos principais responsáveis, subsidiária da Sillabus", disse o historiador, numa referência ao documento do Papa Pio IX, do final do século XIX, em que se condenava a modernidade. Era uma Igreja "ultramontana, desconfiada da democracia e da modernidade".
Carlos Azevedo, também historiador - dirigiu a História Religiosa de Portugal -, olha para o catolicismo da época de forma menos negativa: a Igreja não atacou a República, antes se defendeu dos ataques; nem se moveu para "restaurar a monarquia"; "havia bispos amigos da família real, havia abades minhotos que aderiram à monarquia do Norte, a imprensa católica tinha um fundo monárquico, mas a realidade era muito mais vasta que isso", defendeu.
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