terça-feira, 16 de março de 2010

FACILTISMO nas UNIVERSIDADES

Um dos principais administradores do Grupo Sonae apontou o dedo às Universidades portuguesas, acusando-as de manterem uma fasquia demasiado baixa em termos de exigência escolar onde existe uma grande falta de ambição.

"O ensino é de permanente facilitismo", lamentou o gestor do Grupo Sonae para deixar um alerta: "As nossas universidades precisam de um abanão enorme".

Universidade vista como a fase do conforto

Luís Reis argumenta que "os alunos deviam ser expostos a mais dificuldades e deviam chumbar mais" e que os professores, sobretudo no Ensino Público, sofrem de "falta de desconforto".
"Um professor pode passar anos a receber um salário do Estado sem fazer nada", acusou o gestor, para sublinhar que em Portugal se cultiva a ideia de que "a universidade é um bilhete para o conforto".


O bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, criticou o facilitismo no acesso a alguns cursos de engenharia, após um ensino secundário onde a formação nas áreas da matemática, física e química é insuficiente.

Devido à falta de formação básica nas áreas de engenharia nos ensinos básico e secundário, «as universidades e os politécnicos têm pela frente um problema».

«Ou mantêm as regras de exigência adequadas às formações e exigências que querem garantir no final dos cursos aos seus alunos - e então terão muitos poucos alunos e estará em causa a sua sobrevivência -, ou têm de abrir as portas para adequar as exigências à falta de formação nivelando por baixo e, infelizmente, é isso o que está a suceder em muitas escolas».


No ano passado «apenas quatro Institutos Politécnicos exigiam matemática como cadeira específica» para cursos de engenharia, de forma que «os alunos poderiam entrar nos outros politécnicos sem matemática, porque não era exigida».

«É por esta via do facilitismo que estamos a encher o número de vagas,...».

Dos 310 cursos de engenharia existentes no país, apenas 97 estão acreditados pela Ordem dos Engenheiros. Em termos práticos, isto significa que os licenciados com cursos acreditados pela Ordem entram nela sem exame de admissão e passam a ser formalmente engenheiros. Já os licenciados por cursos não acreditados têm de sujeitar-se a um exame da Ordem. Se quiserem, claro.

6 comentários:

  1. a verdade é que o problema não nasce nas universidades... o problema já vem de trás, das facilidades que nós, estudantes, temos no secundário... muitos dos meus professores afirmam que a nossa preparação básica é medíocre... é certo que "à pala disso", muitos estudantes se põem "à sombra da bananeira" e não se esforçam minimamente pra recuperar muito daquilo que já deveria estar sabido...

    mais exigência, sim, concordo... mas a começar no ensino básico e secundário...

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  2. o problema começa na sociedade em si. Lembram-se da análise sociológica sobre o casting do Filipe dos Idolos? O que está em causa é um enorme falta de oportunidades e perspectivas na sociedade. Ao invés de provocar uma luta indvidual saudável à procura da prosperidade, gera antes uma sociedade de pessoas sem sonhos e sem objectivos. Sem esperança...

    A exigência em si é apenas uma parte de um esquema social inteiro que está em causa...

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  3. Nao acho que a univeridade seja facil, nem sequer o secundario... o que acho é ha uma enorme falta de motivaçao por parte dos alunos. mas se por um lado te incutem o espirito da lei do mais forte, por outro dizem t que é muito dificil chegar ao topo, isso é so para os melhores, ou para os que têm cunhas, ou os que tem pais ricos, etc, e t fazem desistir logo, pelo que se entra num estado de preguicite tal que ninguem tem vontade de fazer nenhum porque nao vai valer absulutamente pa nada.

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  4. Antigamente, um curso superior era garantia de estatuto social, e como tal, de emprego e de uma série de outras regalias. Obviamente, devido a isso, estava reservado a uma elite, que tinha condições para o alcançar. Essa elite era do tipo de ter uma biblioteca em casa e país já também como elevada escolarização. Ora, isto fazia dos estudantes pessoas muito mais preparadas quando chegavam ao ensino superior.

    Ora, a massificação do ensino não foi acompanhada por uma relevante mudança na sociedade ao nível das mentalidades, particularmente em relação à importância da aprendizagem. Nesta linha, a progressiva entrada de cada vez mais pessoas para o sistema de ensino, com um nível de preparação substancialmente inferior, obrigou a uma redefinição dos padrões de exigência.

    Mas, o aumento desses padrões só por si, significa também uma expulsão do ensino superior de grande parte da população, que, por condicionantes que não podem setr atribuidas ao próprio individuo, não consegueriam acompanhar um ritmo mais elevado.

    A conclusão é que um aumento nos padrões e diminuição do facilitismo, só pode acontecer com uma mudamça gradual da sociedade, com vista a uma muito maior importância da cultura, por exemplo, na vida dos cidadãos nacionais.

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  5. como é que se incute cultura aos jovens de hoje por exemplo, que andam preocupados é com os morangos com açucar?

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  6. lol ok certo não me custa nadinha chumbar mais dois anitos, ate porque iria ter tempo efectivamente para o acesso á cultura, ver umas coisas diferentes do habitual, ver muito do que depois de 4 anos ficará por ver aqui. Mas quem paga a bela da propina? o sr presidente da Sonae?

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