O centenário da República é uma data a celebrar. Não tanto pelo simbolismo que estes cem anos representam, mas sim por cem anos de história, de personalidades que insurgiram e que deram o seu contributo para um avanço técnico e científico de Portugal. O regime hoje em vigor, foi uma conquista de Homens com sonhos e ideais que há cem anos se impuseram à monarquia e implantaram a República.
Em 1890, Portugal vivia uma crise generalizada, grande parte da população portuguesa activa era analfabeta e os trabalhadores qualificados eram uma minoria, o que se espelhava nas produções de baixa escala e em pequenos índices de produtividade por trabalhador. Em comparação a outros países europeus, Portugal estava aquém do que por essa Europa se criava e desenvolvia.
A questão do mapa cor-de-rosa, também em 1890, levou o povo a desacreditar o regime monárquico e em 1891, a revolta republicana no Porto comprovou e acentuou o descontentamento e desilusão da população face à monarquia. É neste contexto que as ideias republicanas ganham um maior contorno do que já tinham e conseguem apoiantes de um povo que vê a burguesia a engrandecer-se e uma família real que vive com todos os luxos. Esta agitação culmina a 5 de Outubro de 1910 com a implantação da república.
Com a 1ª República são implementadas reformas na educação e no sector do trabalho. Os republicanos sempre defenderam a importância da instrução para o desenvolvimento de um país em que mais de metade da população vivia da produção agrícola. Em relação ao sector laboral, os republicanos tentaram responder ás reivindicações dos trabalhadores a fim de diminuir as injustiças sociais e melhorar as condições de trabalho.
No entanto, as reformas tomadas não surtiram o efeito esperado…Em 16 anos, Portugal teve 8 Presidentes da República e 45 governos. Tal situação contribuiu para que se gerasse um clima de instabilidade social e de descontentamento na população. Adivinhava-se assim, o fim da Primeira República. A revolta de 28 de Maio de 1926 marcou o início da ditadura militar do Estado Novo. Iniciava-se assim, um novo período da história de Portugal e dos portugueses em que uma vez mais Homens se insurgiram para pôr fim a um regime repressivo e ditatorial a 25 de Abril de 1974.
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