Li há algum tempo na blogosfera uma discussão que podia ser um autêntico case study da sociologia e da teoria política. (Infelizmente, não me lembro onde, mas sei o fundamental da questão).
O contexto era uma defesa dos direitos dos homossexuais que era feita, como é de esperar, por alguém de esquerda. O argumento é rápido mas nem por isso é simples: a igualdade como "valor" - talvez o principal a ter em conta por uma sociedade.
Ora, é exactamente este mesmo argumento que faz a esquerda defender também os direitos dos imigrantes, por exemplo, os imigrantes do muçulmanos ou os ciganos que estão actualmente a ser questionados em alguns países europeus.
Neste contexto, alguém levantava uma questão parecendo ter descoberto a grande raiz do mal da esquerda numa suposta contradição: lembrava esta pessoa que num qualquer país da Europa (Holanda ou Bélgica, não tenho a certeza) era perigoso assumir a homossexualidade publicamente porque os imigrantes islâmicos os perseguiam e até matavam por fanatismo religioso.
Como conciliar então a defesa dos direitos dos homossexuais e dos muçulmanos com a preservação da sua cultura se estes dois direitos chocam tão directamente um com o outro?
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