A tarefa dos responsáveis pela programação consiste em conseguirem captar a atenção do público e conservá-la o tempo suficiente para poderem em seguida passar uma mensagem publicitária. Se tomarmos em consideração a psicologia humana, não é uma missão fácil... Os seres humanos cansam-se com facilidade e são dominados rapidamente pela indiferença. Para conservar a nossa atenção, a televisão é constantemente obrigada a transformar-se. Por outro lado, os seus interesses situam-se no presente imediato, não lhe interessando os problemas que não podem ser resolvidos a curto prazo.
A televisão é governada pelo tempo.
No fim de um programa/filme todas as intrigas devem estar resolvidas e as incertezas suprimidas. Chegou o momento de vender produtos, assim o relógio comanda a passagem de um programa para o outro e para outros produtos. Pelo menos neste aspecto a televisão faz lembrar a escola. Quando um aluno começa a interessar-se por um determinado assunto ou quando uma discussão atraente ou estimulante se enceta imediatamente antes do toque, só resta a submissão à tirania do relógio. Passou a hora: muda-se de assunto. Tais atitudes têm como consequência minimizar o interesse e prejudicar a aprendizagem; ensinam as crianças a abordar tudo de uma forma SUPERFICIAL. Não espanta que os professores mencionem a falta de concentração dos alunos e o facto de estes não serem capazes de realizar um trabalho de grande fôlego. Mesmo tratando-se de assuntos que eles próprios escolheram. Nem a televisão nem a escola educam o interesse das crianças para além de uma certa duração, o que não encoraja a procura do saber.
A televisão não revela verdadeira curiosidade, que falta muitas vezes ás crianças que estão habituadas a vê-la muito tempo. Sistema omnisciente por excelência, não deixa espaço ao mistério. Para penetrar nos verdadeiros mistérios é preciso tempo; isso pressupõe também à partida autênticos conhecimentos e situações reais para os estimular.
A informação pode castrar alguns instantes a um autêntico mistério, mas as crianças não se interessam pela informação, preferem ver outros programas, alguns dos quais falam de factos misteriosos.
A televisão não revela verdadeira curiosidade, que falta muitas vezes ás crianças que estão habituadas a vê-la muito tempo. Sistema omnisciente por excelência, não deixa espaço ao mistério. Para penetrar nos verdadeiros mistérios é preciso tempo; isso pressupõe também à partida autênticos conhecimentos e situações reais para os estimular.
A informação pode castrar alguns instantes a um autêntico mistério, mas as crianças não se interessam pela informação, preferem ver outros programas, alguns dos quais falam de factos misteriosos.
Excerto adaptado do livro "Televisão: Um perigo para a democracia"
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