terça-feira, 13 de abril de 2010

Há universidades a mais em Portugal?


Editorial publicado na revista AULA MAGNA

"Esta pergunta poderia ser feita por algum tecnocrata preocupado com os custos do ensino superior. Surpreendentemente, a questão é levantada e debatida dentro da própria universidade.

É inegável que, em algumas cidades e regiões, a existência de uma instituição de ensino é quase uma questão de sobrevivência. Essas instituições cumprem um papel regional. Mas que papel pode desempenhar na ciência, cultura e economia da Europa uma instituição com três ou quatro mil alunos? Não falamos de uma faculdade com três mil alunos que se insere numa universidade de trinta mil, mas de uma universidade inteira, isolada no mapa. Que grandes descobertas científicas podem vir de uma universidade assim? Que prémios Nobel podem nascer aí?

Uma opção seria fechar tudo, «pôr aquilo à venda, aproveitando toda a tecnologia simplex e promovendo leilões na web», como sugere o professor Alexandre de Sousa em http://www.aulamagna.pt/ opiniao/fazer-coisas-com-tangrantuga. Humor à parte, a realidade que temos hoje não é menos risível nem muito mais produtiva do que isso. Sobretudo se tivermos em conta as exigências científicas colocadas pelo futuro aos países que querem continuar a ser desenvolvidos.

Outra ideia seria criar grandes universidades e politécnicos, dispersos geograficamente mas com um alto grau de colaboração e de criação de sinergias entre si. Impossível? E é possível continuar a discutir eternamente o défice e o emagrecimento dos salários?, em vez de procurarmos soluções para os nossos problemas de atraso científico, cultural e, já agora, económico e empresarial?"

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