quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A grande aventura da universidade… e a desilusão ainda maior das praxes…

Finais de Setembro… depois de um verão cheio de memórias, voltamos aos estudos… este ano, em particular, tem algo de especial: a entrada na universidade: um grande passo na construção do futuro. Não encaro a universidade de ânimo leve; afinal de contas, é agora que vão começar as “chatices”, os trabalhos a sério… mas não posso deixar de me sentir feliz por”subir” mais um nível na minha formação…

Muitas coisas novas esperam os caloiros de norte a sul do país; uma delas é um fenómeno, que pessoalmente acho desadequado, a que chamam de praxe.
A definição geral de praxe é integração: “é um meio de vocês se integrarem na escola e no curso, de conhecerem pessoas, de começarem a perceber o vosso “lugar” na sociedade” – isto é o que nos dizem – na prática, vê-se um “bando de abutres” esfomeados por caloiros e prontos a atacar assim que o 1º aparecer com insultos e “rituais” estúpidos que desculpam como sendo a “tradição”.

Não nego que a integração seja importante; é realmente muito importante que haja “alguma coisa” que insira os novos alunos no completamente novo meio, que lhes dê a conhecer onde e como vão passar os próximos anos que ali vão estar… existem é outras maneiras, a meu ver, mais apropriadas para fazer essa integração… porque é que ainda ninguém se lembrou de fazer um fórum? Ou uma “feira da escola”?

2º aspecto: “perceberem o vosso lugar na sociedade”??? Andamos todos a defender que “nascemos livres e iguais em direitos” e chegamos à universidade e dizem-nos que somo o fim da “cadeia alimentar”, que somos os mais novos “ali do sitio” e que temos de os “respeitar” como a divindades e fazer tudo o que querem… não posso pactuar com isto: não acho que estes “senhores” tenham alguma coisa a mais do que eu, e até porque “estamos todos no mesmo barco”…

3º aspecto: ninguém faz nada! Verdade que muitos caloiros não aprovam a praxe, mas também não fazem nada para mudar isto; se for preciso até participam nesta “tradição” só para não serem “desprezados” – conformam-se com “o que lhes dão a comer” e não se mostram dispostos a mudar coisa alguma…

Sou anti-praxe e talvez isso contribua (e muito) para que a minha opinião seja tão negativa, mas não consigo deixar de ver a praxe como um espectáculo decadente, fruto da mediocridade crescente que encontramos na sociedade actual, do conformismo a que estamos tão bem habituados…

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