quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Mais uma vez...

...o casamento homossexual...

O debate continua, e depois de já ter falado sobre isso neste blogue, de ter debatido sobre isto aqui e ver mais uma resposta aqui, sinto-me ainda na obrigação de voltar a explicar o mesmo de sempre.

O meu amigo João Simões acusa-me de ver apenas o que quero ver, mas vamos lá analisar mais uma vez a sua contradição.

Diz-me primeiro que a homossexualidade é anti-natura. Eu, não conhecendo em que teoria da biologia ele se baseou para dizer uma coisa dessas, duvidei. Não fui eu que lhe disse que era natural porque os animais também praticam por vezes a homossexulidade mas podia muito bem ter sido.

A isto o João responde: "esse argumento é dos argumentos mais desumanos e rebaixastes que conheço!
Se assim fosse a mãe Natureza ternos ia criado hermafroditas e nunca homem e mulher!
Comparar o ser humano que tem consciência da sua existência, que tem a noção do bem e do mal, que tem valores morais, é inteligente e racional; com seres que agem por instinto, por necessidades naturais, tais como comer, dormir, defender-se, etc, é rebaixar o ser humano ao nível dos animais irracionais!
Não acho correcto equiparar o ser humano a um cão ou a qualquer outro animal, que por muito esperto que seja não passa de um animal irracional!"

Eu não fiquei convencido com este argumento, e porquê? A única forma, para mim, de definir um comportamento como natural ou não natural, é observá-lo ou não na natureza. Vejamos, a homossexualidade é um comportamento não natural e isto, mesmo sem qualquer base científica credível, é pelo menos, aceitável como argumento. Mas eis que de repente ele me mostra que todo o ser humano é não natural. Ora, se o ser humano é um ser singular no reino animal, "que tem valores morais, é inteligente e racional" e se é diferente de todos os outros animais (o que mais uma vez está cientificamente errado), quer dizer que o João acha o casamento homossexual anti-natura, quando todo o ser humano é também ele, anti-natura, ou, diria eu, supra-natura.

Se isto não dá para perceber, não sei o que dá...

A questão da definição de casamento é das mais engraçadas. Reparem que quando se começou a falar do assunto, se falou em casamento homossexual imediatamente e, não foi por acaso. Chamou-se imediatamente casamento porque para as pessoas, para o senso comum, para toda a gente, era um casamento. Porque um casamento é para as pessoas, mais do que uma união entre homem e mulher com o objectivo de procriar, é uma união entre pessoas que se amam e que querem partilhar a sua vida uma com a outra. Ponto 1: os homossexuais também se amam. Ponto 2: os homossexuais não pensam só em sexo.

Por agora vou deixar só mais um exemplo: imaginem que se lhe chamava união registada civil ao acto, o que é que acham que as pessoas iam dizer? 1- Amanhã vou a uma união registada civil do Pedro e do Afonso. Ou 2- Amanhã vou ao casamento do Pedro e do Afonso? Ou melhor, um dia terão de explicar a alguém o que é uma união registada civil, sabem como vão explicar? É o casamento, mas de homossexuais...

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